Tô assustada. O que eu sinto é tão diferente. Não tenho parâmetros, e isso me dá medo de a qualquer momento eu cair num buraco sem fundo... ou de em um passo qualquer eu levantar o vôo sem fim...
O que sinto não é parecido com nada que já senti. Não é igual a nada que já tenha passado pela minha cabeça. E também não é aquela novidade que por mais que seja novíssima, eu tenho uma "percepção". Sempre tive essas "percepções" para tudo. Sempre. É como um sexto sentido que me anuncia certas coisas. Não são previsões, são anúncios.
Essa é a primeira vez que não me vem nada. Eu olho e não enxergo nada. Não que algo vá dar errado, eu só não consigo imaginar o que pode acontecer. E isso me dá um misto de medo e esperança calma. E uma angústia aconchegante. Um enjôo faminto.
Tenho vontade de ir até a última gota em um instante, e em outro tenho vontade de sair correndo e me trancar no meu mundo. Aquele que só eu tenho a chave. Aquele em que eu sou a única sobrevivente. Eu e meus bichos, é claro!
Você faz isso. Chega do nada, mete o pé na porta, escancara minhas verdades e minhas mentiras, se esbanja no sofá e ainda ri. Aquela risada gostosa que é sua. Sua risada me tira o peso de ser séria, de ser exata. Só tenho vontade de rir e desejar que tudo se exploda. É isso o que você faz comigo.
Você me enche de sentimentos que eu não imagino qual seja o nome. E você não me empresta o dicionário. Você exige que eu viva todos eles, mesmo sem saber o que são. Eu nunca fiz assim. Minha audácia se sucumbi a minha prudência. Sou aquela louca consciente manja? Aquela que sabe que tá fazendo merda e que ainda se tortura no dia seguinte? Então...
Já com você por mais que eu esteja fazendo merda eu não consigo perceber. Com você eu apenas vivo. Eu sou apenas o que quero. Sou minhas vontades, minhas derrotas e tudo o que eu quiser na hora que eu quiser.
Normalmente é difícil me dar asas, é difícil eu aceitar um outro ser me mostrando tudo isso. Não consigo aceitar que te encarar é ver essa imensidão que eu me torno. Essa extensão de alguém que eu não reconheço em mim, tomando conta de tudo o que eu sempre tive certeza e me fazendo engolir que eu não tenho certeza de absolutamente nada que venha de mim ou de qualquer outro ser ou lugar do mundo.
Qual é mesmo o nome disso tudo?
quarta-feira, 15 de abril de 2009
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