Por que eu não estaria preparada?
Só porque a minha vida é uma mesmice e quando aparece qualquer novidade eu me ouriço toda?
Ou pode ser por essa minha vontade intrínseca de sempre ter um conflito, uma problema, uma neurose?
Acho que tudo não passa de um passatempo muito divertido, são idéias para meus textos.
Será que eu sofro de verdade com tudo isso? As vezes acho que "sofro" apenas para me divertir, mudar de sintonia, já que me sinto flutuando por ai. Não cativo ninguém, ninguém me cativa.
Alguém tem dúvida que o mal do século é a solidão?
Imagino meu futuro: rodeada de gente vazia, eu cansada de tudo, achando melhor ser vazia mesmo, porque assim eu não preciso me cegar. Enxergo a vida de forma tão crua e fria que sinto uma navalha penetrando em mim. Essa clareza das coisas, tudo tão simples e tão óbvio.
Eu quero não ver nada disso, quero ser como todos. Quero beber minha cervejinha e ser feliz, nada de ficar horas tentando entender o porque eu tomo cerveja se milhões de pessoas nada têm.
Não quero perder meu dia fixada na idéia de transmitir de forma muito verdadeira meus sentimentos, sem saber como, já que nem sei quais são esses sentimentos.
Me sinto arrematada o tempo todo pela vida, vejo essa poeira que cobre à todos e à tudo, essa atmosfera de festa de zumbis. Todos muito lindos, limpos e divertidos. Todos muito frívolos, apáticos e dissimulados.
Será que eu sou a única neurótica que se mostra neurótica pro mundo?
Será que essas pessoas divertidíssimas, e totalmente na moda e futuristas e tudo de bom conseguem durmir em paz?
Ou será que tudo é impressão?
Eu tenho essa impressão!
Não é possível que só eu acho que balada é uma merda, não ruim, apenas uma merda. Você sai, bebe tudo e na maioria das vezes gasta muito, e volta. Nada foi acrescido na sua vida. Nada mudou.
O menino legal só era legal porque estava bêbado, a amiga feliz só estava feliz porque o clima estava favorável! Ninguém olhando pra si, para suas vontades, seus sentimentos.
Ninguém fala com a menininha feia. E por que?
segunda-feira, 2 de março de 2009
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